Muitos lutadores adotam a abordagem “em qualquer lugar, a qualquer hora, qualquer um” em suas carreiras no MMA como um caminho para grandes oportunidades, mas Cleiver Fernandes foi em uma direção diferente. Não que ele esteja apenas enfrentando adversários mais fáceis, mas ele simplesmente se recusou a tomar decisões estúpidas por dinheiro.
Fernandes estreou no esporte em 2017 e venceu cinco das seis primeiras em três anos, perdendo apenas para o futuro finalista do PFL Gabriel Braga, e então sentiu que era hora de dar um passo atrás e esperar. Com o mundo fechado durante a pandemia de COVID-19, Fernandes decidiu que só voltaria para lutas que fizessem sentido a longo prazo.
“Sempre recebemos ofertas”, disse Fernandes ao MMA Fighting. “Quem não quer lutar contra um brasileiro com um bom histórico, não é mesmo? Recebi ofertas de outras promoções. Um bom dinheiro, divisão para cima e divisão para baixo, mas meu foco sempre foi mirar em algo grande. Eu tive o foco. Não estávamos desesperados por dinheiro e sempre trabalhei por oportunidades maiores.”
Agora assinado com o PFL e com cartão amarelo para enfrentar o invicto Renat Khavalov no card Road to Dubai de sábado, Fernandes, 29, passou anos longe do jogo. Primeiro, um hiato de dois anos até que ele derrotou o colega Derick Borges com um leglock em 2022. Ele voltou ao Shooto Brasil meses depois para vencer Filipe Zacaron, e então parou Mauricio Almeida para reivindicar o título vago de 135 libras.
“Decidi só voltar quando alguma coisa boa estourou”, disse Fernandes, explicando por que não luta desde que estrangulou Denilson Lima em meados de 2023. “A pressa gera desperdício. Eu não estava com pressa. Já tive paradas mais longas antes, não tive nenhuma lesão nem nada do tipo, e decidi apenas voltar para algo bom. E Deus me abençoou com essa oportunidade de lutar pelo PFL.”
Fernandes planejava se mudar do Brasil para os Estados Unidos para trabalhar e estar mais próximo das principais organizações de MMA, mas ter o visto negado quatro vezes o forçou a pensar fora da caixa. Sua esposa, também faixa preta de jiu-jitsu, decidiu se dedicar à carreira de treinadora após sofrer uma lesão no joelho, então o casal se mudou para a “maravilhosa” Dubai para trabalhar como professor de jiu-jitsu em escolas.
“Eu ensino nas escolas e meus alunos diziam: ‘Treinador, você está lutando contra um russo? Uau. Mas você vai vencer! Inshallah! Você é muito bom’”, disse Fernandes. “Estou muito feliz por ter eles me apoiando. Vou representá-los também. Este é o lar dos russos, goste você ou não. Há muitos russos morando aqui. Eu já sabia disso, mas pedi ao (PFL) que me designasse uma missão e eu cumpriria. Sei que tenho tudo para estar entre os melhores e é por isso que me ofereceram este contrato”.
Khavalov está invicto como profissional, com seis das oito vitórias por nocaute, mas Fernandes não parece assustado.
“Adoro lutar contra gente invicta”, riu Fernandes. “Honestamente, adoro estragar planos. As pessoas acham que tudo vai acabar bem para elas e eu estrago todos os seus planos. Não tenho motivos para temer os russos. As pessoas geralmente se referem aos russos como essas forças invencíveis. Meu amigo Felipe Froes foi para a Rússia e foi campeão lá. Serei o mesmo Cleiver agressivo, caminhando para a finalização. Ou vou derrubá-lo e pegá-lo, ou derrubá-lo no chão.”