Kai Asakura falhou na tentativa de conquistar o título do UFC em sua estreia, mas poderia ter aberto as portas para outro campeão do RIZIN ingressar na empresa norte-americana em 2025.
O campeão peso leve do RIZIN, Roberto Satoshi, que enfrenta Vugar Karamov no último card do ano, em 1º de dezembro. 31, em Saitama, no Japão, certa vez disse ao MMA Fighting que “não tinha vontade” de mudar de casa para o UFC porque “o reconhecimento que tenho aqui no RIZIN é fora do comum” e “dificilmente faria no UFC o que faço em RIZIN.”
O presidente da RIZIN, Nobuyuki Sakakibara, estava sentado na jaula para o desafio de Asakura contra Alexandre Pantoja pelo ouro peso mosca no UFC 310, e isso deu a Satoshi a impressão de que um acordo mais interessante e lucrativo poderia ser feito para sua transição, dados os laços mais próximos de Sakakibara com o CEO do UFC, Dana. Branco.
“Fiquei muito feliz pelo Kai, mesmo ele tendo perdido”, disse Satoshi em entrevista ao MMA Fighting. “Temos que respeitá-lo porque ele fez seu nome na mídia japonesa, é muito popular aqui e é por isso que houve tanto burburinho aqui. Foi bom para o Japão, foi bom para o UFC também. Fico feliz em ver Dana White dizendo que quer estar ainda mais perto, o que pode abrir a porta para mais lutadores do RIZIN lá.”
Asakura é um nome de MMA muito popular no Japão, conseguindo números melhores em seu próprio canal no YouTube do que o astro do UFC Alex Pereira, mas Satoshi não tem a mesma personalidade. Ele é o tipo de lutador que prefere falar dentro de ringues e jaulas, e tem se saído bastante bem nas lutas mais recentes, com nocautes consecutivos sobre Luiz Gustavo e Keita Nakamura.
O ás do jiu-jitsu pretende defender seus 155 libras pela quarta vez em dezembro. 31, e revelou sua condição para considerar ingressar no UFC.
“A única maneira de eu ter vontade de ir ao UFC seria se fosse como Kai foi”, disse Satoshi. “Não precisa ser uma luta pelo título, o que eu acho difícil, principalmente no peso leve, com uma longa fila esperando por (Islam) Makhachev, mas se houver uma oportunidade de lutar contra alguém classificado, eu ficaria muito interessado. Agora, se eu tiver que ir lá e lutar com outro para depois começar a subir no ranking, então não tenho interesse.
“Já tenho 35 anos, então é difícil começar essa jornada do zero. Mas se eu conseguir cortar um pouco a linha e pelo menos lutar contra alguém classificado, então estou dentro. Estou feliz aqui no RIZIN, sou bem remunerado, sou o campeão e os fãs me reconhecem no Japão, mas, querendo ou não, olhando em termos de (tamanho) do UFC, ter a oportunidade de lutar contra alguém classificado seria outro grande capítulo na minha carreira como lutador.”
Satoshi foi vitorioso em 10 de suas 11 lutas no RIZIN, com nove paralisações em seu crédito, incluindo um armlock no primeiro round sobre Johnny Case para vingar sua única derrota. Satoshi foi derrotado duas vezes no Japão ao enfrentar as estrelas do Bellator AJ McKee Jr. e Patricky Pitbull, este último peso-casado de última hora.
Satoshi disse que não estudou as lutas de Islam Makhachev como faria se o enfrentasse, mas vê o rei do UFC tendo o cardio e a força como suas maiores armas, mais do que a técnica propriamente dita.
O talento brasileiro, que até lutou pelo empate contra o muito mais pesado Gordon Ryan no jiu-jitsu no Quinteto 3 em 2019, tem uma história com o ex-campeão até 155 libras Charles Oliveira que remonta aos seus dias como jovem jiu-jitsu azul- cintos em São Paulo, Brasil.
“Ele foi corajoso”, Satoshi riu. “Ele era da categoria mais leve, mas subiu só para lutar comigo, então sempre acabávamos brigando duas vezes em cada torneio porque também nos encontraríamos no absoluto. As pessoas zombam quando falo isso, mas nunca perdi para ele no jiu-jitsu. Acho que lutamos seis ou sete vezes e sempre ganhei (risos).”